When I get older, losing my hair, many years from now …” Este é o parágrafo inicial de uma música dos Beatles, aonde exemplifica-se de forma muito clara a correlação entre a perda dos cabelos e a velhice.
Todo paciente que chega ao meu consultório é orientado para encarar a consulta sempre como um bate-papo, aonde ele será informado a respeito das causas da calvície, tratamentos clínicos e cirúrgicos; porém sempre inicio dizendo que a sua presença ali nada tem de errado, pois muitas vezes existe um certo sentimento de culpa ao procurar um cirurgião plástico pela correlação entre a vaidade e a superficialidade, a sensação de que aquilo poderia ser desnecessário ou preocupação com o que podem pensar a seu respeito se fizer uma cirurgia plástica.
Se você prestar atenção às fotos de publicidade, comerciais de televisão, cinema, jornais, revistas, etc, perceberá que o homem de sucesso, forte, viril, bem-sucedido é sempre jovem, bonito, bem-vestido e cabeludo. Nunca se coloca um modelo calvo, a não ser que se queira a relação direta com a velhice, meia idade ou qualquer outro termo que indique mais idade. A própria mídia utiliza este artifício quando se quer envelhecer o homem; basta tirar o cabelo.
Uma propaganda da TV Mitsubishi utilizou há alguns anos uma montagem aonde para demonstrar que a TV estava “envelhecendo” junto de seu dono, manteve-se o mesmo rosto do modelo, porém à medida que ele perdia o cabelo estava envelhecendo; portanto enfatizo que a presença de qualquer pessoa, insatisfeita com sua imagem no consultório do cirurgião plástico é plenamente justificada pela necessidade que temos de nos manter em sintonia com o meio em que vivemos e principalmente com a imagem que fazemos de nós mesmos.