Nos últimos meses foram divulgados novos trabalhos com relação aos efeitos colaterais da finasterida. Droga que inicialmente foi desenvolvida para o tratamento da hipertrofia prostática benigna e que se mostrou muito efetiva também no tratamento da alopecia androgenética (calvície).
Os trabalhos originais desenvolvidos pela Merck Sharp & Dohme® mostravam que 2% dos homens tratados poderiam desenvolver diminuição de libido, disfunção erétil e diminuição do volume de sêmen.
O que tem causado maior preocupação no momento é que estes índices podem ser maiores do que inicialmente previsto e que também podem ser desencadeados casos de depressão, aumento das mamas masculinas (ginecomastia), dor testicular entre outros.
Outros estudos mostram que alguns pacientes podem manter estes efeitos colaterais mesmo suspendendo o tratamento.
As bulas do Propecia® estão sendo modificadas para informar os pacientes destas intercorrências.
Portanto, mais do que nunca é fundamental ter o tratamento indicado apenas por um médico e fazer exames periódicos para checar as suas funções hormonais.
Eu a prescrevo a quase 15 anos, sempre precedida e acompanhada de exames laboratoriais. Eu mesmo a tomei por este período e nuca tive nenhum problema.
Centenas de pacientes meus estão tomando por mais de 10 anos e o índice de reclamações em minha clínica coincide com queixas em torno de 2%.
É ainda, a melhor alternativa para manter e engrossar os cabelos.
Isso posto, continuarei a prescrever normalmente a finasterida para pacientes que tenham o diagnóstico de AAG, manterei minha conduta de acompanhar os exames laboratoriais ao longo do tratamento, mas vou enfatizar mais a necessidade destes exames.
Também vou informar que pacientes com quadros de tendência a depressão podem ter esse sintoma exacerbado e deixar a critério do paciente usar ou não a medicação.
Resumindo: Sou particularmente favorável a ampla divulgação das notícias e trabalhos acerca dos tratamentos, seus benefícios e efeitos colaterais. Todos devem estar a par dos prós e contras e é dever do médico informar e é direito do paciente saber dos fatos.
Um paciente não deve se auto medicar NUNCA e o médico que os acompanha deve estar afeito com a necessidade de acompanhamento laboratorial e se manter atualizado frente às novidades nesta área da tricologia.
Aproveito para pedir que os pacientes que estão em tratamento comigo e não tem retornado para os controles que liguem para a clínica e agendem sua consulta.
Dr. Milton Peruzzo